
E agora a história desta tão bela e ilustre cidade...
"Segundo os vestígios descobertos, a povoação da época neolítica que deu origem a Viseu, nasceu no alto do monte onde se situa a Sé.
Desde sempre que a posição estratégica de Viseu a fez um ponto de passagem obrigatória entre o Norte e o Sul de Portugal, tal como entre o litoral e o interior.
Já durante a dominação romana, Viseu era um centro de grande importância. São prova deste facto os inúmeros vestígios arqueológicos encontrados na região, de que se destacam moedas, sepulturas, marcos miliários, pontes e principalmente as estradas, que aí convergiam em grande número.
A “Cava de Viriato”, monumento octogonal com 2 km de perímetro, era, ao que tudo indica, um ponto de vigia e de defesa de um antigo acampamento romano.
No séc. VI, com o domínio dos Visigodos, a cidade de Viseu é elevada a sede de diocese.
Posteriormente, alternou por diversas vezes entre o poder dos cristãos e dos árabes. No séc. IX foi conquistada por Afonso III, no final do século seguinte por Almançor, e de novo em definitivo por Fernando I o Magno, em 1057. A sua importância estratégica tornou-a muito cobiçada por todos. é assim que se assiste aos sucessivos ataques destes povos, o que provocou a sua inevitável destruição com a consequência da estagnação ou até mesmo recuo a nível urbanístico e económico.
Os Condes D. Henrique e D. Teresa, que ali residiram diversas vezes, concederam-lhe foral em 1123.
D. Afonso Henriques concedeu-lhe foral novo em 1187, confirmado em 1217 por D. Afonso II.
Atribui-se a D. Sancho I, em 1188, a criação da Feira Franca, mas também se afirma que foi D. João I que a legalizou. Realizava-se no dia 23 de Abril, dentro dos muros da Cava.
Em 1385, Viseu foi atacada, saqueada e incendiada pelas tropas de Castela, vencidas em Aljubarrota. Depois deste ataque, D. João I fez iniciar a construção de uma muralha para defesa da cidade. Esta muralha foi terminada unicamente no reinado de D. Afonso V, de onde lhe vem o nome de “muralha afonsina”. Restam alguns troços e duas portas, a Porta do Soar e a Porta dos Cavaleiros.
A partir do séc. XIV a cidade começou a desenvolver-se na parte alta, o que a levou a expandir-se para fora das muralhas e em direcção ao actual centro.
Conta a tradição que D. Duarte terá nascido numa casa da actual Rua de D. Duarte. Esta casa é uma torre medieval que foi transformada e melhorada no séc. XVI. O rei D. Duarte confirmou a realização da Feira Franca, mas transferiu-a para a Ribeira, depois denominado campo de Viriato, e para o dia 21 de Setembro, dia de S. Mateus. Suspensa a sua realização, foi de novo restabelecida por D. Afonso V, com a duração de 15 dias e o início em 20 de Outubro, localizada novamente dentro da Cava.
Viseu é doada em 1416 ao Infante D. Henrique, o 1º Duque de Viseu, cuja estátua, construída em 1960, se encontra actualmente na rotunda que dá acesso à rua com o mesmo nome.
Em 1513 D. Manuel concede a Viseu foral novo. O mesmo rei fez deslocar a Feira Franca para o Rossio de Santo António, a actual Praça da República. De novo a Feira voltou para o Campo de Viriato, realizando então entre 8 de Setembro e 5 de Outubro.
A Expansão e Desenvolvimento
Só no séc. XVI a expansão da cidade começa a atingir a actual zona central, o Rossio. A primeira referência que se conhece a este novo centro é de 1534. Em pouco tempo este novo centro começaria a ser o local de encontro da sociedade. Contudo, teriam que passar 3 séculos para se dar a transferência do centro da cidade da parte alta para o actual centro, onde é construída nova Câmara Municipal.
No séc. XVI destaca-se um dos pintores mais importantes de Portugal, Vasco Fernandes mais conhecido por Grão Vasco, que deu origem a uma escola de pintura em Viseu. A sua obra está actualmente no museu com o seu nome e espalhada por várias igrejas do distrito e até da zona centro.
A actual Rua Direita que, como habitual, de direita só tem o nome, atravessava a cidade de uma ponta à outra. Aí se encontra concentrado uma grande parte do comércio, e aí se podem ver exemplares de construções medievais e de outras, que formam uma mistura de estilos.".
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